domingo, 10 de janeiro de 2010

Faça- se luz:

"Eu escrevo para fazer existir e para existir- me: Desde criança procuro o sopro da palavra que dávida aos sussurros..Eu sou uma intérprete de Deus. A palavra me sustenta, a palavra me maravilha. "  (Um Sopro de Vida)


















    

  




Escritura literária sofisticada, peculiarmente sensitiva e feminina, como realidade adivinhada. É nisso que reside a força e a delicadeza do tecer textual de Clarice Lispector: a profundidade da busca da essência de ser e descobrir- se humano.
  A escritora aflorou no universo literário aos 17 anos com um romance: Perto do Coração Selvagem. A escritura era intensa e de uma rara capacidade de vida interior, segundo a crítica literária da época (1944). Clarice Lispector mobilizou recursos expressionistas que evocam a geração dos modernistas de 1922 com seu experimentalismo, por outro lado também descortina um tipo estético singular buscando sempre entender a realidade secreta das coisas. Seu primeiro romance de cara já era um desvio criador para a literatura, inovava ao organizar a narrativa de modo descontínuo, fragmentaado e desinteressado do factual, um tipo de discurso psicológico que adentrava e explorava o momento interior do ser humano. A manaeira diferente de escrever criava uma certa magia lembrando a região dos sonhos e da imaginação, criando um universo surpreendente e origina. " Para Clarice as ressônancias dos fatos são mais importantes que os fatos" o que associava a ficcionista desde o início de sua carreira literária como uma recriação literária.

    De fato, a busca de dizer o indizivel era, de modo mais latente, o objetivo persegdo pela autora, já que travava com a palavra uma espécie de lapidação geradora de um discurso misterioso, sugerindo sem indicar, cercando sem atingir, criando outras possibilidades para as palavras, dando a estas um estranho poder de tocar o ser e a linguagem no seu mundo interior. O leitor experimenta o exercício de olhar mais atantamente para ver o que se encontra subscrito, obrigando- o a afastar as palavras para descobrir o significado profundo do texto.

    O texto de Clarice Lispector tem algumas caracteristicas peculiares, dignas de um pesquisador literário, psicanalista e antropólogo. A autora costumava utilizar- se sempre de símbolos para tratar da sexualidade de suas personagens. É comum por exemplo, o símbolismo em cima de uma rosa vermelha...sempre perseguidas por uma menina. A rosa sempre tem uma variação de sua cor vermelho escarlate remetendo- nos a uma pesquisa nos caminhos da psiologia da sexualidade feminina. Assim como os contos de fadas que implícitamente nos revelam o universo da sexualidade, seus contos tem profunda relação com esse universo ainda inexplorado pela criança. Será que a autora fazia de propósito? como explicar que seus contos, alguns um puro contar de histórias da própria infância,são construídos perfeitamente formando uma grande colcha de retalhos eróticos?

3 comentários:

  1. Eu não sabia q a Clarice escreveu 'perto do coração selvagem' com 17 anos...

    Carammmmbaaaaaaaaaaaaaaa...

    ótimas perspectivas da Clarice \o/
    fã demais dela...

    fantástico...

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